Hananias, Misael e Azarias
Hananias, Misael e Azarias, ou por seus nomes babilônicos — Sadraque, Mesaque e Abede-Nego[Nota 1] — [1] foram, segundo a narrativa bíblica, três jovens príncipes judeus levados como prisioneiros de guerra pelas tropas do Império Babilônico, em meio a Rebelião para Independência de Judá. Ao fim do conflito, de acordo com a tradição rabínica, os jovens foram castrados por ordens do rei babilônico, com o objetivo de desencorajar lideranças e frustrar o sentimento de independência em meio ao povo dominado.[2][3] O episódio mais marcante de suas vidas foi quando os três se recusaram a adorar um ídolo, foram jogados na fornalha ardente, e escaparam ilesos, por um milagre.[4] A história dos três jovens é contada no capítulo 3; Enquanto que a Oração de Azarias juntamente com a Canção dos Três jovens fazem parte das chamadas "Adições em Daniel".
Narrativa bíblica
[editar | editar código-fonte]Prisioneiros de guerra
[editar | editar código-fonte]Jeoaquim, rei de Judá, no terceiro ano de domínio babilônico sobre seu reino, rebelou-se e declarou independência.[5] Nabucodonosor, imperador da Babilônia, atacou Jerusalém, e os seus soldados cercaram a cidade. Nabucodonosor reconquistou a cidade e tomou os objetos de valor que havia no Templo de Jerusalém para que fossem conduzidos ao templo do seu deus, na sala do tesouro. Então Nabucodonosor chamou Aspenaz, o chefe dos seus eunucos, e mandou que escolhesse entre os prisioneiros israelitas jovens das famílias que haviam liderado a rebelião judaica. Ou seja, da família real e dos nobres.[6][7]
Selecionados pelo chefe dos eunucos
[editar | editar código-fonte]Os jovens selecionados por Aspenaz deveriam ser judeus proeminentes. Todos deviam ter boa aparência e não ter defeito físico. Deviam ser cultos e instruídos para assistir como eunucos no palácio do rei. E precisariam aprender a língua e estudar os escritos dos babilônios. Entre os que foram escolhidos estavam Daniel, Hananias, Misael e Azarias. Aspenaz lhes deu outros nomes babilônicos, isto é, Beltessazar, Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, respectivamente.[8][9]
A fornalha de fogo ardente
[editar | editar código-fonte]A passagem inclui uma prece de penitência de Azarias, enquanto os três jovens estavam ardendo na fornalha, um breve relato do anjo que os encontrou ali e o hino de honra que eles cantaram quando foram libertados.
Significado dos seus nomes
[editar | editar código-fonte]Os nomes hebreus dos quatro príncipes são:[10]
- Daniel - Deus é o meu juiz
- Hananias - Deus foi gracioso comigo
- Misael - Quem é como Deus (não se refere a sentido de igualdade, mas de pensamento)
- Azarias - Deus é quem me ajuda
A interpretação dos nomes caldeus não é consensual. Por exemplo:
- Beltessazar - Tesouro de Bel ou O depositório dos segredos de Bel[10]
- Sadraque - Inspiração do Sol, deus, autor do mal, seja favorável a nós, deus nos proteja do mal[10]
- Mesaque - Aquele que pertence à deusa Sheshach [10]
- Abede-Nego - Servo de Nego, um dos deuses babilônios, talvez o sol, uma estrela movente, ou os planetas Júpiter ou Vênus[10]
- ↑ Daniel 1:7
- ↑ «Daniel». Enciclopédia Judaica. Consultado em 24 de novembro de 2017
- ↑ «Quem foram os eunucos? Eles podiam ter ereção?». Revista Mundo Estranho. Consultado em 24 de novembro de 2017
- ↑ Easton's Bible Dictionary, Mishael [em linha]
- ↑ «2Reis 24: 1-8 (A rebelião de Joaquim)». Bíblia Online. Consultado em 24 de novembro de 2017
- ↑ «2Reis 24: 8-15 (Líderes da rebelião são levados prisioneiros)». Bíblia Online. Consultado em 24 de novembro de 2017
- ↑ «Daniel 1: 3-6 (Os prisioneiros selecionados por Aspenaz)». Bíblia Online. Consultado em 24 de novembro de 2017
- ↑ «Shadrach». Enciclopédia Judaica. Consultado em 24 de novembro de 2017
- ↑ «Daniel 1: 7-9 (O pedido de Daniel)». Bíblia Online. Consultado em 24 de novembro de 2017
- ↑ a b c d e Adam Clarke, Commentary on the Bible (1831) Daniel 1 [em linha]
- ↑ No catolicismo, os nomes são grafados como Sidrac, Misac e Abdênago.