Adão e Eva
Adão e Eva | |
---|---|
Expulsão de Adão e Eva (Alexandre Cabanel) | |
Filho(s) | Caim
Abel Sete |
Segundo o mito de criação[1] das religiões abraâmicas,[2] Adão e Eva foram o primeiro homem e a primeira mulher criados por Deus,[3] sendo o centro da crença na humanidade como essencialmente uma única família, com todos descendendo de um par original de ancestrais.[4] Proveem também a base das doutrinas da queda do homem e do pecado original, embora estas não sejam pregadas no Judaísmo ou no Islã.
Nos cinco primeiros capítulos do Livro do Gênesis da Bíblia Hebraica há duas narrativas de criação com duas perspectivas distintas. Na primeira, o primeiro homem e a primeira mulher não são nomeados. Ao invés disso, Deus os cria à sua imagem e os instrui a se multiplicarem e administrarem tudo que Deus havia criado até então.
Na segunda narrativa, Deus cria Adão do pó da terra e o põe no Jardim do Éden. A Adão é dito que ele pode comer livremente de todas as árvores no jardim, exceto da árvore do conhecimento do bem e do mal. Subsequentemente, Eva é criada a partir de uma das costelas de Adão para fazer-lhe companhia. Eles são inocentes, sem vergonha da sua nudez. No entanto, uma serpente engana Eva, convencendo-a a comer o fruto da árvore proibida. Ela dá também a fruta para Adão. Esses atos lhe dão conhecimento adicional, mas também noções negativas e destrutivas, como o mal e a vergonha. Deus posteriormente amaldiçoa a serpente e a terra, e diz à mulher a ao homem que haverá consequências pelo pecado de desobedecê-lo. Ele então os bane do Jardim do Éden.
A história passou por extensiva elaboração em tradições abraâmicas futuras e foram largamente analisadas por estudiosos bíblicos modernos. Interpretações e crenças referentes a Adão e Eva e a história envolvendo-os varia entre religiões e seitas; por exemplo, a versão islâmica da história afirma que Adão e Eva foram igualmente responsáveis pelo pecado de arrogância, ao invés de Eva ser a primeira a ser desleal. A história de Adão e Eva é frequentemente retratada na arte, e teve grande influência na literatura e poesia.
Etimologia
[editar | editar código-fonte]Adão, originalmente em hebraico: אָדָם; romaniz.: Adám; 'homem',[5] radical de 'terra' (em hebraico: אֲדָמָה; romaniz.: adamá);[6] emprestado como Ādam em árabe: آدم, lit. 'homem'.[7] Também, já que דם significa 'sangue,' o nome também significaria 'homem de sangue.' Logo, devido a ligação entre o sangue e o fôlego de vida, Adão significaria 'homem vivo.'[8] Eva, originalmente em hebraico: חוה; romaniz.: Chavá,[9] derivado do de em hebraico: חָוָה; romaniz.: chavá; lit. 'vivo',;[10] emprestado como Ḥawwāʼ, em árabe: حواء, translit. Raua.[11] O nome de Eva nunca é revelado ou usado no Alcorão, sendo mencionada pelo nome apenas no Hádice.[12]
Narrativa da Bíblia Hebraica
[editar | editar código-fonte]Nos 11 primeiros capítulos do Gênesis, é contada a história mítica dos primeiros anos de existência do mundo. A história conta que Deus criou o mundo e todos seus seres,[13] e colocou o primeiro homem e mulher no Jardim do Éden, sobre como foram banidos da presença de Deus, como ocorreu o primeiro assassinato, e a decisão de Deus de destruir o mundo e salvar apenas Noé e seus filhos; a nova humanidade descendeu desses filhos e se espalhou pelo mundo. Apesar do novo mundo ser tão pecaminoso quanto o antigo, Deus resolveu nunca mais destruir o mundo por inundação, e a História acaba com Terá, pai de Abraão, do qual descendeu o povo escolhido, os Israelitas.[14] Nem Adão nem Eva são mencionados em outras partes das escrituras hebraicas, exceto por uma única menção a Adão em uma genealogia em I Crônicas 1:1,[15] sugerindo que, embora sua história veio a ser prefixada à história judaica, tem pouco em comum com ele.[16]
Narrativa da Criação
[editar | editar código-fonte]Adão e Eva são considerados o primeiro homem e mulher da Bíblia.[17][18] Em Gênesis 1, nenhum nome é citado, sendo que "homem" parece ter um sentido coletivo, como humanidade, e homem e mulher são criados simultaneamente. Já na narrativa em Gênesis 2-3, ele carrega o artigo definido ha, indicando que esse é "o homem".[17] Nesses capítulos Deus molda "o homem" (ha adam) do barro (adamah), soprando vida em suas narinas, e fazendo-o o cuidador de sua criação.[17] Deus então cria para o homem uma ezer kenegdo, uma "ajudante consoante a ele", da sua costela.[18] Ela é chamada de ishah, "mulher", porque, diz o texto, ela é formada de ish, "homem".[18] O homem então a recebe feliz, e ao leitor é dito que nesse momento o homem deixa seus pais para se ligar a uma mulher, tornando-se uma só carne.[18]
A Queda
[editar | editar código-fonte]O primeiro homem e mulher estão no Jardim do Éden, de Deus. A eles eram permitido comer e desfrutar de todas as árvores, exceto uma, a árvore do conhecimento do bem e do mal.
A história continua em Gênesis 3 com a narrativa da expulsão do Éden. A mulher é tentada por uma serpente falante a comer o fruto proibido, e dá para o homem, que também come.[18] Deus amaldiçoa os três, o homem a uma vida de trabalho duro seguida de morte, a mulher à dor do parto e à subordinação ao marido, e a serpente a rastejar-se sobre sua barriga e sofrer o ódio do homem e da mulher.[18] Deus então cria roupas para o homem e a mulher, que agora tem o aspecto quase divino de conhecer o bem e o mal, e então os bane do jardim antes de serem capazes de comer o fruto da segunda árvore, a Árvore da Vida, e viver para sempre.[19]
Descendentes
[editar | editar código-fonte]Gênesis 4 conta a história fora do jardim, incluindo o nascimento dos primeiros filhos de Adão e Eva, Caim e Abel, e a história do primeiro assassinato. Nasce o terceiro filho homem Sete, assim como "outros filhos e filhas" (Genesis 5:4). Gênesis 5 lista os descendentes de Adão, de Sete a Noé, com as idades que tinham no nascimento de seus primogênitos, e as idades de suas mortes. A idade de Adão é dada como 930 anos. De acordo com o Livro dos Jubileus, Caim casou-se com sua irmã Avan e Sete casou com outra irmã Azura[20].
Árvore genealógica baseada em Gênesis
[editar | editar código-fonte]Adão | Eva | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Caim | Abel | Sete | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Enoque | Enos | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Irad | Cainã | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Meujael | Malalel | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Metusael | Jarede | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Ada | Lameque | Zilá | Enoque | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Jabal | Jubal | Tubalcaim | Naamá | Matusalém | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Lameque | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Noé | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Sem | Cam | Jafé | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Tradições abraâmicas
[editar | editar código-fonte]Judaísmo
[editar | editar código-fonte]No Judaísmo antigo, haviam duas narrativas distintas sobre a criação do homem. A primeira afirma, "Homem e mulher, Ele criou", implicando a criação simultânea de Adão e Eva. Na segunda narrativa Eva é criada depois de Adão. O Midrash Rabá (Genesis 8:1) reconcilia ambas as narrativas, dizendo que "Homem e mulher, Ele criou", indicando que Deus originalmente criou Adão como hermafrodita,[21] fisicamente e espiritualmente tanto homem quanto mulher, ao mesmo tempo, antes de separá-lo nos seres que seriam Adão e Eva.[22]
Rashi, o mais influente dos intérpretes judeus, disse que Deus criou Adão "com duas faces, depois separou-as". Como o comentário do rabino, escrito na Idade Média, era considerado indistinguível da Torá por muitos judeus, essa ideia foi aceita por séculos.[23]
Na crença judaica tradicional, Adão e Eva estão enterrados na caverna de Macpela, em Hebrom.[24]
Nas lendas rabínicas, Lilith é a primeira esposa de Adão, ela assertivamente reivindica a igualdade com seu parceiro (especificamente, ela também deseja estar no topo). Lilith é despachada do jardim e uma esposa mais complacente, Eva, toma seu lugar. Depois disso Lilith é marginalizada e silenciada: difamada, ela se torna conhecida como uma ameaça às mães jovens, uma sequestradora demoníaca de bebês recém-nascidos.[23][25][26]
Cristianismo
[editar | editar código-fonte]Alguns Pais da Igreja acusavam Eva como responsável pela queda do homem, e portanto também todas as mulheres, por ter tentado Adão a cometer o tabu. "Vocês são a porta do diabo", Tertuliano dizia a suas leitoras, e ainda explicava que eram também responsáveis pela morte de Cristo: "Por causa de sua deserção [i.e. um pecado punível por morte], até o Filho de Deus teve que morrer".[27] Em 1486 os Dominicanos Kramer e Sprengler usaram argumentos semelhantes no Malleus Maleficarum ("Martelo de Bruxas") para justificar a perseguição de "bruxas".[28]
A arte cristã medieval frequentemente retratava a Serpente Edênica como mulher (muitas vezes identificada como Lilith), portanto enfatizando tanto o charme da serpente quanto sua relação com Eva. Muitos dos primeiros Santos Padres, incluindo Clemente de Alexandria e Eusébio de Cesareia, interpretavam a palavra hebraica "Heva" não como o nome de Eva, e sim como "serpente fêmea".[carece de fontes]
Baseando-se na doutrina cristã da queda do homem, veio a doutrina do pecado original. Santo Agostinho de Hipona (354–430), trabalhando em uma tradução em Latim da Epístola aos Romanos, interpretou que o apóstolo Paulo teria dito que o pecado de Adão seria hereditário: "A Morte passou [i.e. espalhou-se para] todos homem por causa de Adão, todos pecaram", Romanos 5:12.[29][30]
O pecado original tornou-se o conceito de que o homem nasce na condução pecaminosa e deve esperar a redenção. Essa doutrina é um pilar da tradição teológica do Cristianismo Ocidental, no entanto não é partilhado pelo Judaísmo[30] ou por igrejas ortodoxas.[31]
Ao decorrer dos séculos, o sistema único de crenças cristãs desenvolveu-se dessas doutrinas. O batismo foi entendido como a limpeza da mancha hereditária do pecado em muitas igrejas, apesar de o simbolismo original ser o renascimento. Ainda mais, a serpente que tentou Eva foi interpretada como tendo sido Satã, ou que Satã comandava a serpente, apesar de não haver nenhuma menção no Torá e não ser uma noção presente no Judaísmo.[32]
Protestantes mais conservadores tipicamente interpretam Gênesis 3 como definindo os pais originais da humanidade como Adão e Eva, que desobedeceram a primeira instrução de Deus de que não comecem o "fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal". Quando desobedeceram, cometeram uma tremenda transgressão contra Deus e foram imediatamente punidos, o que então levou a queda da humanidade. Então, pecado e morte entrou no universo pela primeira vez. Adão e Eva foram expulsos do Jardim do Éden, proibidos de voltar.[33] Desde o período medieval, o catolicismo celebra a memória do casal em 24 de dezembro, acreditando que eles obtiveram perdão após sua queda.[34][35][36]
Islão
[editar | editar código-fonte]No Islão, Adão (Ādam; em árabe: آدم), cujo papel é de pai da humanidade, é reverenciado pelos muçulmanos. Eva (Ḥawwāʼ; árabe: حواء ) é a "mãe da humanidade".[37] A criação de Adão e Eva é referenciada no Alcorão.[Alcorão 4:1]
Na interpretação presente no al-Qummi sobre Jardim do Éden, tal lugar não seria inteiramente mundano. De acordo com o Alcorão, tanto Adão quanto Eva comeram a fruta proibida, em um Éden Celeste. Como resultado, ambos foram mandados para a Terra por representantes de Deus. Cada um enviado para o topo de uma montanha: Adão sobre al-Safa, e Eva sobre al-Marwah. Na tradição islâmica, Adão chorou por 40 dias até finalmente se arrepender. Em seguida Deus enviou-o a Pedra Negra, ensinando-o o Hajj. De acordo com o Hádice, Adão e Eva se reuniram no plano de "Arafat, próximo a Mecca.[38] Tiveram dois filhos juntos, Qabil and Habil. Há também a lenda de um filho mais novo, chamado Rocail, que teria criado o palácio e sepulcro contendo estátuas autônomas que viveram as vidas de homens tão realisticamente, que enganou-se que possuíssem almas.[39]
O conceito de "pecado original" não existe no Islão porque, de acordo com o Islão, Adão e Eva foram perdoados por Deus. Quando Deus ordenou que anjos se curvassem frente a Adão, Iblis questionou, "Por que devo curvar-me perante um homem? Eu sou feito de fogo puro e ele é feito de barro".[40] Os movimentos liberais dentro do Islão veem o comando Deus de anjos se curvarem perante Adão como uma exaltação da humanidade, que daria suporte aos direitos humanos; outros veem esse ato como mostrando a Adão que o maior inimigo da humanidade seria seu ego.[41]
Na literatura suaíli, Eva comeu da árvore proibida, causando sua expulsão, após ser tentada por Iblis. Sabendo disso, Adão heroicamente comeu o fruto proibido para segui-la e protegê-la na terra.[42]
Gnosticismo
[editar | editar código-fonte]No gnosticismo cristão falou-se de Adão e Eva em dois textos ainda existentes, o "Apocalipse de Adão",[43] encontrado nos documentos de Nag Hammadi e o "Testamento de Adão".[44]
Outra tradição gnóstica afirma que Adão e Eva foram criados para ajudar na derrota de Satanás. A serpente, ao invés de ser identificada como Satanás, é visto como heróica pelos Ofitas.[45] Outros gnósticos acreditavam ainda que a queda de Satanás após a criação da humanidade.[46] Assim como na tradição islâmica,[47] nessa história, Satanás, por conta de seu orgulho, se nega a curvar-se diante de Adão.[48] Satanás afirma que Adão é inferior a ele, pois enquanto ele é feito de fogo, Adão é feito de barro.[48]
Em outros textos gnósticos, como a Hipóstase dos Arcontes, a Pistis Sophia é equiparada à filha de Eva, Norea, esposa de Sete.[49]
Fé bahá'í
[editar | editar código-fonte]Na fé bahá'í a narrativa de Adão e Eva é vista como simbólica. Em Esplendor da Verdade, 'Abdu'l-Bahá rejeita a interpretação literal e declara que a história contém "mistérios divinos e significados universais".[50] Adão representaria o "espírito divino", Eva a "alma humana", a Árvore do Conhecimento o "o mundo humano" e a serpente a "ligação ao mundo humano".[51][52][53] A queda de Adão representaria a ciência, por parte da humanidade, do bem e do mal.[54]
Adão e Eva como parábola
[editar | editar código-fonte]O padre Ariel Álvarez Valdez sustenta que trata-se de uma parábola composta por um catequista hebreu, a quem os estudiosos chamam de "yahvista", escrita no século X a.C., que não pretendia dar uma explicação científica sobre a origem do homem, mas sim fornecer uma interpretação religiosa, e elegeu esta narração na qual cada um dos detalhes tem uma mensagem religiosa, segundo a mentalidade daquela época.[55]
Ilia Delio, teóloga americana, sustenta que a teologia pode "tirar proveito" das aquisições de uma ciência que vê na "mutação" o núcleo essencial da matéria.
O rabino Nilton Bonder sustenta que "a Bíblia não tem pretensões de ser um manual eterno da ciência, e sim da consciência. Sua grande revelação não é como funciona o Universo e a realidade, mas como se dá a interação entre criatura e Criador".[56]
Alguns estudiosos ressaltaram as semelhanças entre as figuras de Eva e de Pandora, pois em ambas as perspectivas mitológicas, uma mulher teria contribuído decisivamente para trazer os males ao mundo.[57][58][59]
Patriarcalismo hebreu
[editar | editar código-fonte]Eva como metáfora
[editar | editar código-fonte]Segundo Joseph Campbell a "metade da população mundial acha que as metáforas das suas tradições religiosas são fatos. A outra metade afirma que não são fatos de forma alguma. O resultado é que temos indivíduos que se consideram fiéis porque aceitam as metáforas como fatos, e outros que se julgam ateus porque acham que as metáforas religiosas são mentiras".[60] Uma dessas grandes metáforas é a de Eva. Campbell expõe que o Cristianismo, originalmente uma seita do judaísmo, abraçou a cultura e a história pagã e a metáfora da costela de Adão exemplifica o distanciamento dos hebreus da religião cultuada entre os antigos—o do culto à Mãe Terra, Mãe Cósmica ou deusa-mãe.[61] Campbell argumenta que Adão foi criado a partir do barro vermelho ou argila, ou terra (adamá ou adão, seu próprio nome revela a origem divina na Deusa), que por sua vez se misturava com o sangue menstrual.[62]
A identidade da religião com a Mãe Terra, a fertilidade, a origem da vida e da manutenção da mesma com a mulher, seria, segundo Campbell, retratada também na Bíblia: …a santidade da terra, em si, porque ela é o corpo da Deusa. Ao criar, Jeová cria o homem a partir da terra, do barro, e sopra vida no corpo já formado. Ele próprio não está ali, presente, nessa forma. Mas a Deusa está ali dentro, assim como continua aqui fora. O corpo de cada um é feito do corpo dela. Nessas mitologias dá se o reconhecimento dessa espécie de identidade universal.[63]
Segundo Campbell, o patriarcalismo surgido com os hebreus deve-se, entre outras razões, à atividade belicosa de pastoreio de gado bovino e caprino e às constantes perseguições religiosas que desencadeavam o nomadismo e a perda de identidade territorial.[64]
Eva e a representação da mulher no cristianismo
[editar | editar código-fonte]Devido ao fato de Eva ter partilhado com Adão o fruto da árvore proibida, justificou-se por longos anos no cristianismo uma suposta inferioridade da mulher. Principalmente porque, após o pecado original, Deus disse que a mulher seria governada pelo marido.[65]
Adão e Eva nos apócrifos
[editar | editar código-fonte]De acordo com o Livro dos Jubileus, no Bereshit Adão e Eva teriam passado sete anos no Paraíso, antes de serem tentados pela serpente, e expulsos do Éden.[66] E de acordo com O Primeiro Livro de Adão e Eva, uma obra extracanônica do século XI, eles quando saíram do jardim, receberam a ordem de habitarem numa caverna, que foi chamada de A Caverna dos Tesouros. O livro diz que eles sofreram muito após terem saído do jardim, principalmente no primeiro ano após a expulsão; por várias vezes tentaram cometer suicídio ou retornar ao Paraíso, até que tiveram os primeiros filhos (Caim, Abel e suas irmãs—não mencionadas na Bíblia).[67]
Conforme O Primeiro Livro de Adão e Eva, o casal teria se arrependido amargamente, e alcançado perdão; e por várias vezes receberam de Deus a promessa de um resgate, de um redentor que nasceria na semente humana, para resgatar sua descendência, e essas promessas os consolavam.[67]
Enfrentaram a hostilidade de Satã, que tentava matá-los, e os enganava transformando-se em anjo de luz, e dizendo-lhes ser um mensageiro celestial, incumbido de lhes trazer mensagens divinas. Mesmo estando fora do jardim, Adão e Eva ouviam a voz de Deus, que sempre lhes enviava sua palavra, respondendo suas indagações. Os apócrifos Vida de Adão e Eva[68] e O Segundo Livro de Adão e Eva[69] dizem que o patriarca Adão morreu primeiro do que Eva, que continuou viva após a morte do primeiro homem.
Bar Hebreu, em sua Cronografia, sumariza várias informações sobre Adão e Eva: Adão foi criado em uma sexta-feira, no sexto dia do mês Nisã, o primeiro mês do primeiro ano de existência do mundo. Citando Aniano, que se baseou no Livro de Enoque, Caim nasceu setenta anos após a expulsão do paraíso, Abel sete (ou setenta) anos após Caim, Abel foi morto com cinquenta e três anos e Sete nasceu cem anos depois (pois Adão e Eva passaram cem anos de luto).[70]
Historicidade da narrativa de Adão e Eva
[editar | editar código-fonte]Enquanto uma visão tradicional é de que o Livro de Gênesis foi escrito por Moisés, os estudiosos modernos consideram a narrativa da criação de Gênesis como um dos vários mitos de origem antiga.[71][72]
Análise da hipótese documental também sugere que o texto é resultado da compilação de múltiplas tradições anteriores, como a Gênesis de Eridu,[73] escrita em sumério, datada c. 1 600 a.C.,[73] explicando aparentes contradições.[74][75]
Com os desenvolvimentos científicos em paleontologia, geologia, biologia e outras disciplinas, descobriu-se que os seres humanos e todos os outros seres vivos compartilham um antepassado comum e evoluíram através de processos naturais, com formas de vida anteriores voltando a bilhões de anos.[76][77] A arqueologia, paleontologia e antropologia, estabelecem o aparecimento do Homo sapiens sapiens (o homem moderno) a partir de outras espécies de hominídeos, há cerca de 100 mil anos, num período geológico muito recente, a partir da África, no Vale de Omo, no Sudoeste da Etiópia.[78] Na biologia, os antepassados comuns mais recentes da espécie Homo sapiens, quando rastreados usando o cromossomo Y para a linhagem masculina e o DNA mitocondrial para outra linhagem, feminina, são comumente chamados de Adão cromossomial-Y e Eva Mitocondrial, respectivamente. Estes não foram um único casal na mesma época, mesmo que os nomes fossem emprestados do Tanakh.[79][80]
Sabe-se da possível existência desta Eva mitocondrial por causa das mitocôndrias (um organelo presente no interior de células eucarióticas) que só passam da mãe para a prole, por estar presente no óvulos mas ausente nos espermatozoides. Cada mitocôndria contém DNA mitocondrial e a comparação das sequências deste DNA revela uma filogenia molecular. Assim, essa análise indicaria que todas as linhas maternas convergem em um ponto em que todas as filhas que tiveram descendentes atuais compartilham o mesmo antepassado; Isso aconteceu entre 170 000 e 100 000 anos atrás,[81][82][83][84] após o surgimento do Homo sapiens, mas antes da recente dispersão para fora da África.
- ↑ Womack, Mari; et al. Symbols and Meaning: A Concise Introduction. Walnut Creek ...: Altamira Press. p. 81. ISBN 0759103224. Consultado em 16 de Agosto de 2013.
[Trad. livre] Os mitos da criação são histórias simbólicas que descrevem como o universo e seus habitantes surgiram. Os mitos de criação se desenvolvem por meio de tradições orais e, portanto, normalmente têm várias versões.
- ↑ Vaz, Armindo dos Santos (2007). «No princípio da Bíblia está o mito : a espiritualidade dos mitos de criação»: 45–73. ISSN 0253-1674. Consultado em 15 de agosto de 2021
- ↑ Leeming, David (2010). Creation Myths of the World: Parts I-II. [S.l.: s.n.] p. 303
- ↑ Azra, Azyumardi (2009). «Chapter 14. Trialogue of Abrahamic Faiths: Towards an Alliance of Civilizations». In: Ma'oz, Moshe. The Meeting of Civilizations: Muslim, Christian, and Jewish (em inglês). Eastbourne: Sussex Academic Press. pp. 220–229. ISBN 978-1-845-19395-9. ISBN 1-84519395-4
- ↑ Strong, James (1890). «adam». Strong's Exhaustive Concordance of the Bible [Concordância de Strong] 🔗 (em inglês). [S.l.: s.n.]
- ↑ Strong, James (1890). «adamah». Strong's Exhaustive Concordance of the Bible [Concordância de Strong] 🔗 (em inglês). [S.l.: s.n.]
- ↑ Jeffery, Arthur. (2007) [1938]. The foreign vocabulary of the Qur'ān. Leiden: Brill. pp. 50–51. OCLC 705004036
- ↑ «The amazing name Adam: meaning and etymology». Abarim Publications (em inglês). Consultado em 21 de junho de 2021
- ↑ Strong, James (1890). «Chavah». Strong's Exhaustive Concordance of the Bible [Concordância de Strong] 🔗 (em inglês). [S.l.: s.n.]
- ↑ Strong, James (1890). «chavah». Strong's Exhaustive Concordance of the Bible [Concordância de Strong] 🔗 (em inglês). [S.l.: s.n.]
- ↑ Oliver, Leaman (2006). The Qurʼan : an encyclopedia. London: Routledge. p. 11. OCLC 62918343
- ↑ Sonbol, Amira el-Azhary (2021). Beyond the Exotic Women's Histories in Islamic Societies (em inglês). Syracuse, Nova Iorque: Syracuse University Press. OCLC 8929090039
- ↑ Blenkinsopp 2011, p. 9.
- ↑ Blenkinsopp 2011, p. 1.
- ↑ Enns 2012, p. 84.
- ↑ Blenkinsopp 2011, p. 3.
- ↑ a b c Hearne 1990, p. 9.
- ↑ a b c d e f Galambush 2000, p. 436.
- ↑ Alter 2004, pp. 27-28.
- ↑ Betsy Halpern Amaru (1999). The Empowerment of Women in the Book of Jubilees, p. 17.
- ↑ Howard Schwartz (setembro de 2004). Tree of Souls: The Mythology of Judaism: The Mythology of Judaism. [S.l.: s.n.] p. 138. ISBN 0195086791. Consultado em 27 de dezembro de 2014.
The myth of Adam the Hermaphrodite grows out of three biblical verses
- ↑ Byron L. Sherwin (2006). Kabbalah: An Introduction to Jewish Mysticism. [S.l.]: Rowman & Littlefield. p. 80. ISBN 978-0-7425-4364-5
- ↑ a b Bruce Feiler (11 de abril de 2019). Adão e Eva, a primeira história de amor: E o que eles podem nos ensinar sobre relacionamentos. [S.l.]: Zahar. p. 203. ISBN 978-85-378-1830-5
- ↑ Howard Schwartz (27 de dezembro de 2006). Tree of Souls: The Mythology of Judaism. [S.l.]: Oxford University Press. p. 344. ISBN 978-0-19-532713-7
- ↑ Riv-Ellen Prell (2007). Women Remaking American Judaism. [S.l.]: Wayne State University Press. p. 260. ISBN 0-8143-3280-3
- ↑ Heinrich Krauss (2006). O paraíso: de Adão e Eva às utopias contemporâneas. [S.l.]: Ed. Globo. p. 87. ISBN 978-85-250-4133-3
- ↑ «Tertullian, "De Cultu Feminarum", Book I Chapter I, ''Modesty in Apparel Becoming to Women in Memory of the Introduction of Sin Through a Woman'' (in "The Ante-Nicene Fathers")». Tertullian.org. Consultado em 17 de fevereiro de 2014
- ↑ Pereira, Juliana Torres Rodrigues (janeiro de 2011). «Bruxaria e o feminino na visitação inquisitorial ao Arcebispado de Braga (1565)» (PDF). Maringá (PR). Revista Brasileira de História das Religiões. 3 (9). ISSN 1983-2850. Consultado em 6 de março de 2021
- ↑ Fox, Robin Lane (2006) [1991]. The Unauthorized Version: Truth and Fiction in the Bible (em inglês). [S.l.]: Penguin Books Limited. pp. 15–27. ISBN 9780141925752
- ↑ a b «Judaism's Rejection of Original Sin». www.jewishvirtuallibrary.org (em inglês). Consultado em 7 de janeiro de 2021
- ↑ «Orthodox view on Immaculate Conception». web.archive.org (em inglês). Antiochian Orthodox Christian Archdiocese of North America. 19 de abril de 2012. Consultado em 7 de janeiro de 2021. Cópia arquivada em 19 de abril de 2012
- ↑ Kennard, Douglas W. (21 de fevereiro de 2013). A Critical Realist's Theological Method: Returning the Bible and Biblical Theology to be the Framer for Theology and Science (em inglês). [S.l.]: Wipf and Stock Publishers
- ↑ Robinson, B.A. "Salvation: Teachings by Southern Baptists and other conservative Protestant denominations". Ontario Consultants on Religious Tolerance, 2010. Accessed 2 Feb 2013
- ↑ «Happy Adam and Eve Day!» (em inglês). Aleteia. 24 de dezembro de 2017. Consultado em 4 de dezembro de 2023
- ↑ «Happy Feast Day of Sts. Adam & Eve (Dec 24) – Did you know some Old Testament people are Saints» (em inglês). Defenders of the Catholic Faith. Consultado em 4 de dezembro de 2023
- ↑ Serwach, Joseph (24 de dezembro de 2019). «Adam and Eve were Saints?» (em inglês). Medium. Consultado em 4 de dezembro de 2023
- ↑ Historical Dictionary of Prophets in Islam and Judaism, Wheeler, "Adam and Eve"
- ↑ Mecca and Eden: Ritual, Relics, and Territory in Islam – Brannon M. Wheeler – Google Books. [S.l.]: Books.google.com.qa. Julho de 2006. ISBN 9780226888040. Consultado em 17 de fevereiro de 2014
- ↑ William Godwin (1876). «Lives of the Necromancers»
- ↑ Alcorão 7:12
- ↑ Javed Ahmed Ghamidi, Mizan. Lahore: Dar al-Ishraq, 2001
- ↑ John Renard Islam and the Heroic Image: Themes in Literature and the Visual Arts Mercer University Press 1999 ISBN 9780865546400 p. 122
- ↑ Robinson, Stephen E. (1977). «The Apocalypse of Adam». Brigham Young University. Brigham Young University Studies (em inglês) (2): 131-153. ISSN 0007-0106. Consultado em 5 de janeiro de 2021
- ↑ The Book of the Cave of Treasures - Testamentum Adami. www.sacred-texts.com (em inglês). [S.l.: s.n.] Consultado em 5 de janeiro de 2021
- ↑ Legge, Francis (1964). Forerunners and rivals of Christianity: from 330 B.C. to 330 A.D (em inglês). New Hyde Park, N.Y: University Books
- ↑ L. Jenaro MacLennan (1987). «THE FALL OF LUCIFER AND THE CREATION OF ADAM IN THE EARLY DANTE COMMENTATORS». Vittorio Klostermann GmbH. www.jstor.org (em inglês). Consultado em 5 de janeiro de 2021
- ↑ «Surah Taha 20:116-117». www.islamicstudies.info (em inglês). Consultado em 5 de janeiro de 2021
- ↑ a b Minov, Sergey (1 de janeiro de 2015). «Satan's Refusal to Worship Adam: A Jewish Motif and Its Reception in Syriac Christian Tradition». Tradition, Transmission, and Transformation from Second Temple Literature through Judaism and Christianity in Late Antiquity (em inglês): 230–271. doi:10.1163/9789004299139_011. Consultado em 5 de janeiro de 2021
- ↑ «The Hypostasis of the Archons - trad. Bentley Layton». gnosis.org (em inglês). The Nag Hammadi Library. Consultado em 7 de janeiro de 2021
- ↑ Sours, Michael (2001). The Tablet of the Holy Mariner: An Illustrated Guide to Baha'u'llah's Mystical Work in the Sufi Tradition. Los Angeles: Kalimát Press. 86 páginas. ISBN 978-1-890688-19-6
- ↑ Some Answered Questions: Adam and Eve. 'Abdu'l-Bahá.
- ↑ Momen, Wendy (1989). A Basic Bahá'í Dictionary. Oxford, UK: George Ronald. 8 páginas. ISBN 978-0-85398-231-9
- ↑ McLean, Jack (1997). Revisioning the Sacred: New Perspectives on a Bahá'í Theology – Volume 8. p. 215.
- ↑ Smith, Peter (2000). «Adam». A concise encyclopedia of the Bahá'í Faith. Oxford: Oneworld Publications. 23 páginas. ISBN 978-1-85168-184-6
- ↑ Álvarez Valdez, P. Ariel (19 de março de 2008). «Adão e Eva: origem ou parábola?». amaivos.uol.com.br. AMAIVOS. Consultado em 4 de fevereiro de 2018
- ↑ Bonder, Nilton (3 de março de 2009). «DARWIN E HERESIAS». O GLOBO. Consultado em 5 de janeiro de 2021
- ↑ Entre Pandora e Eva - A misoginia ainda vigente, acesso em 27/10/2021.
- ↑ Pandora, Eva e Sofia: a naturalização da desigualdade de gênero na história do pensamento ocidental, acesso em 27/10/2021.
- ↑ Eva e Pandora, as culpadas das desgraças do mundo?, acesso em 27/10/2021.
- ↑ Curvêlo Chaves, Lázaro (9 de novembro de 2006). «Uma resenha do livro "Tu és Isso: Transformando a Metáfora Religiosa" de Joseph Campbell». www.duplipensar.net. Duplipensar.Net. Consultado em 31 de janeiro de 2017. Arquivado do original em 28 de abril de 2007
- ↑ Bonanno, Anthony (1 de janeiro de 1986). Archaeology and Fertility Cult in the Ancient Mediterranean: Papers Presented at the First International Conference on Archaeology of the Ancient Mediterranean, University of Malta, 2-5 September 1985 (em inglês). [S.l.]: John Benjamins Publishing. ISBN 9060322886
- ↑ Johnson, Buffie (1 de novembro de 1994). Lady of the Beasts: The Goddess and Her Sacred Animals (em inglês). [S.l.]: Inner Traditions / Bear & Co. ISBN 9780892815234
- ↑ Campbell, Joseph (1 de janeiro de 2005). As máscaras de Deus: mitologia primitiva. [S.l.]: Palas Athena. ISBN 9788572420518
- ↑ NUNES, CESAR APARECIDO (1 de janeiro de 2003). Desvendando a Sexualidade. [S.l.]: Papirus Editora. ISBN 9788530804893
- ↑ PIRES, João Davi Avelar (29 de agosto de 2017). «Misoginia medieval: a construção da justificação da subserviência feminina a partir de Eva e do pecado original». Faces da História. 3 (1): 128-142. ISSN 2358-3878.
[...]a inferioridade feminina, elaborada por doutores da Igreja, inspirada e fundada no pecado que envolveu a primeira mulher. Partindo do pecado original, à todas as mulheres foram imputadas as mesmas características da primeira, a curiosidade, o orgulho, a fragilidade, a desobediência e, por conta de tais elementos, um possível risco de subversão da hierarquia masculina instituída e fortalecida durante a Idade Média. [...] No caso de Adão e Eva, a punição foi a expulsão do Jardim do Éden, além de, daquele momento em diante, a mulher numa posição de subserviência e dependência em relação ao homem, ao marido, ao tutor.
- ↑ «Book of Jubilees». www.sefaria.org. Consultado em 15 de agosto de 2021
- ↑ a b «Apócrifo & Religião - O PRIMEIRO LIVRO DE ADÃO E EVA». mucheroni.br.tripod.com. Consultado em 15 de agosto de 2021
- ↑ Vida de Adão e Eva: Traduzida do Latim Para Português. traduzido por Miguel Carvalho Abrantes. [S.l.: s.n.] 7 de abril de 2020. 24 páginas. ASIN B086WFBX9C
- ↑ THE SECOND BOOK OF Adam and Eve. [S.l.: s.n.] X, v. 7. Cópia arquivada em 14 de agosto de 2004
- ↑ Aniano de Alexandria, citado por Bar Hebreu em Hebraeus, Gregory Abulfaraj Bar (2010). The Chronography of Bar Hebraeus (em inglês). [S.l.: s.n.] 1.3.2. OCLC 1114809453
- ↑ Van Seters, John (1998). «The Pentateuch». In: Steven L. McKenzie, Matt Patrick Graham. The Hebrew Bible Today: An Introduction to Critical Issues (em inglês). [S.l.]: Westminster John Knox Press. p. 5. ISBN 9780664256524
- ↑ Davies, G.I (1998). «Introduction to the Pentateuch». In: John Barton. Oxford Bible Commentary (em inglês). [S.l.]: Oxford University Press. p. 37. ISBN 9780198755005
- ↑ a b Thorkild Jacobsen (1994). Hess, Richard S.; Tsumuro, David Toshio, eds. I Studied Inscriptions from Before the Flood: Ancient Near Eastern Literary and Linguistic Approaches to Genesis (em inglês). [S.l.]: Eisenbraun's. p. 129. ISBN 978-0931464881. Consultado em 30 de julho de 2015
- ↑ Gooder, Paula (2000). The Pentateuch: A Story of Beginnings (em inglês). [S.l.]: T&T Clark. pp. 12–14. ISBN 9780567084187
- ↑ Van Seters, John (2004). The Pentateuch: A Social-science Commentary (em inglês). [S.l.]: Continuum International Publishing Group. pp. 30–86. ISBN 9780567080882 Traz um intervalo com uma sobreposição curta, com 95% de certeza de 150 000 a 234 000 anos atrás.
- ↑ Kampourakis, Kostas (2014). Understanding Evolution. Cambridge; New York: Cambridge University Press. pp. 127–129. ISBN 978-1-107-03491-4. LCCN 2013034917. OCLC 855585457
- ↑ Schopf, J. William; Kudryavtsev, Anatoliy B.; Czaja, Andrew D.; Tripathi, Abhishek B. (5 de outubro de 2007). «Evidence of Archean life: Stromatolites and microfossils». Amsterdam, the Netherlands: Elsevier. Precambrian Research. 158 (3–4): 141–155. Bibcode:2007PreR..158..141S. ISSN 0301-9268. doi:10.1016/j.precamres.2007.04.009
- ↑ «Human Evolution by The Smithsonian Institution's Human Origins Program». Human Origins Initiative. Smithsonian Institution
- ↑ Takahata, N (Janeiro de 1993). «Allelic genealogy and human evolution». Mol. Biol. Evol. 10 (1): 2–22. PMID 8450756
- ↑ Karmin; et al. (2015). «A recent bottleneck of Y chromosome diversity coincides with a global change in culture». Genome Research. 25 (4): 459–66. ISSN 1088-9051. PMC 4381518. PMID 25770088. doi:10.1101/gr.186684.114 "datamos o ancestral comum mais recente do cromossomo Y (MRCA) na África em 254 (95% CI 192–307) ka e detectamos um agrupamento dos principais haplogrupos fundadores não africanos em um intervalo de tempo estreito em 47–52 ka, consistente com um rápido modelo de colonização inicial da Eurásia e Oceania após o gargalo da saída da África. Em contraste com as reconstruções demográficas baseadas no mtDNA, inferimos um segundo forte gargalo nas linhagens do cromossomo Y que datam dos últimos 10 ka. Nossa hipótese é que esse gargalo seja causado por mudanças culturais que afetam a variação do sucesso reprodutivo entre os machos."
- ↑ Heinz, Tanja,; et al. (2017). «Updating the African human mitochondrial DNA tree: Relevance to forensic and population genetics». Forensic Science International: Genetics. 27: 156-159 .
- ↑ Poznik GD, Henn BM, Yee MC, Sliwerska E, Euskirchen GM, Lin AA, Snyder M, Quintana-Murci L, Kidd JM, Underhill PA, Bustamante CD (agosto de 2013). «Sequencing Y chromosomes resolves discrepancy in time to common ancestor of males versus females». Science. 341 (6145): 562–65. PMC 4032117. PMID 23908239. doi:10.1126/science.1237619
- ↑ Fu Q, Mittnik A, Johnson PL, Bos K, Lari M, Bollongino R, Sun C, Giemsch L, Schmitz R, Burger J, Ronchitelli AM, Martini F, Cremonesi RG, Svoboda J, Bauer P, Caramelli D, Castellano S, Reich D, Pääbo S, Krause J (21 de março de 2013). «A revised timescale for human evolution based on ancient mitochondrial genomes». Current Biology. 23 (7): 553–59. PMC 5036973. PMID 23523248. doi:10.1016/j.cub.2013.02.044
- ↑ Soares, Pedro; Ermini, Luca; Thomson, Noel; Mormina, Maru; Rito, Teresa; Röhl, Arne; Salas, Antonio; Oppenheimer, Stephen; Macaulay, Vincent (junho de 2009). «Correcting for Purifying Selection: An Improved Human Mitochondrial Molecular Clock». The American Journal of Human Genetics (6): 740–759. ISSN 0002-9297. PMC 2694979. PMID 19500773. doi:10.1016/j.ajhg.2009.05.001
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Mercer dictionary of the Bible (em inglês). Watson E. Mills, Roger Aubrey Bullard. Macon, Ga.: Mercer University Press. 1990. OCLC 20852514
- Hearne, Stephen Z. (1990). «Adam». Mercer dictionary of the Bible (em inglês). Watson E. Mills, Roger Aubrey Bullard. Macon, Ga.: Mercer University Press. ISBN 9780865543737. OCLC 20852514
- Freedman, D. N; Myers, Allen C. (2000). Eerdmans dictionary of the Bible. Grand Rapids, MI: Eerdmans. OCLC 782943561
- Galambush, Julie (2000). «Eve». Eerdmans dictionary of the Bible (em inglês). (ed.) D. N. Freedman, Allen C. Myers. Grand Rapids, MI: Eerdmans. ISBN 9789053565032. OCLC 782943561
- Alter, Robert (2004). The five books of Moses: a translation with commentary (em inglês) 1 ed. Nova Iorque: W.W. Norton & Co. ISBN 978-0-393-33393-0. OCLC 55798009
- Blenkinsopp, Joseph (2011). Creation, un-creation, re-creation : a discursive commentary on Genesis 1-11 (em inglês). Londres: [s.n.] OCLC 648934408
- Enns, Peter (2012). The evolution of Adam : what the Bible does and doesn't say about human origins (em inglês). Grand Rapids, MI: Brazos Press. OCLC 729346790